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PRISÃO, BUSCA E APREENSÃO

Operação contra célula de facção paulista cumpre mandados no Tocantins

30 abril 2025 - 11h15Por Da Redação

Na manhã desta quarta-feira (30), a Polícia Civil do Tocantins deflagrou a Operação Rasante, em Paraíso do Tocantins, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por diversos crimes na região. A ação teve como foco o cumprimento de um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão em endereços ligados a investigados.

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A operação é resultado de meses de investigação conduzida pela 6ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEIC – Paraíso), com apoio de diversas unidades da Polícia Civil.

PRINCIPAL ALVO DA OPERAÇÃO ESTAVA PRESO POR TRÁFICO

Durante a operação, foi cumprido mandado de prisão preventiva contra V.H.A.G., de 27 anos, conhecido como Megamente ou Estudioso, um dos principais nomes da facção criminosa na região. Ele já havia sido preso no sábado (26) por tráfico de drogas e estava recolhido na Unidade Penal de Paraíso do Tocantins.

Segundo as investigações, Megamente ocupava o posto de “Regional da Centro-Oeste do Tocantins” dentro da estrutura da facção, sendo responsável por liderar e coordenar ações criminosas em vários bairros de Paraíso.

FACÇÃO APLICAVA TORTURA E CONTROLAVA CRIMES NA REGIÃO

As investigações começaram a partir de denúncias relacionadas a um homicídio em janeiro de 2025 e a casos de tortura contra usuários de drogas. Com base nos levantamentos, foi possível identificar a estrutura da facção criminosa que atuava como uma espécie de "Estado paralelo".

Segundo o delegado Antonio Onofre Oliveira da Silva Filho, os criminosos impunham julgamentos internos, funcionavam como um “tribunal do crime” e puniam com violência os integrantes que não seguiam as ordens da facção.

Entre as punições aplicadas estavam:

  • “Madeirada” (espancamento com pedaços de madeira)

  • Afastamento de funções na facção

  • Mutilações

  • Execuções sumárias

Essas decisões eram tomadas sem interferência da Justiça e serviam como forma de intimidar e controlar os próprios membros.

ORGANIZAÇÃO TINHA ESTRUTURA COM FUNÇÕES DEFINIDAS

A investigação revelou uma estrutura organizada e hierarquizada, com divisões de tarefas entre os criminosos. Cada membro da facção tinha uma função clara, desde a execução de ordens até o monitoramento de atividades de outros integrantes.

As regras internas eram rígidas. Por exemplo, era proibido cometer furtos ou roubos dentro de áreas dominadas pela própria facção, chamadas de “quebradas”. Quem descumpria essa norma era julgado e punido.

O grupo também atuava com violência contra usuários de drogas que causassem problemas ou contra quem tentasse deixar a facção.

O QUE SIGNIFICA “RASANTE”: A ORGANIZAÇÃO DAS AÇÕES CRIMINOSAS

O nome da operação — “Rasante” — faz referência a um termo usado internamente pela facção para descrever suas reuniões regulares de planejamento, realizadas por chamadas de vídeo em aplicativos de mensagens.

Durante essas conferências, participavam:

  • Lideranças regionais

  • Membros operacionais

  • “Disciplinas” (encarregados de aplicar punições)

Ao final de cada reunião, era elaborada uma “ata”, registrada nos grupos virtuais e compartilhada entre os envolvidos. Esse documento também era chamado de “rasante”, e continha decisões, tarefas e penalidades impostas.

DIVERSOS CRIMES NA CIDADE ESTÃO RELACIONADOS À FACÇÃO

A DEIC identificou que a facção está por trás de vários crimes registrados em Paraíso do Tocantins, como:

  • Homicídios

  • Tráfico de drogas

  • Furtos e roubos de valores e armas

  • Cárcere privado

  • Sequestros

  • Torturas contra civis e membros

Segundo o delegado, muitos desses crimes eram autorizados, coordenados e fiscalizados pela organização. Em alguns casos, quando um crime era cometido sem aval dos líderes, o autor era julgado internamente e punido com castigos brutais.

POLÍCIA MAPEIA A FACÇÃO E APREENDE DROGAS, MÁQUINAS E CELULARES

Durante a operação, três pessoas foram presas em flagrante e um menor foi apreendido. Todos são suspeitos de envolvimento direto com o tráfico de drogas.

A Polícia Civil também apreendeu:

  • Entorpecentes

  • Insumos para preparo de drogas

  • Máquinas de cartão

  • Celulares

O material recolhido será analisado para auxiliar nas próximas fases da investigação. O delegado afirmou que novos desdobramentos são esperados e mais pessoas devem ser presas.

A operação teve apoio de diversas unidades especializadas, como:

  • DRACCO

  • DENARC – Palmas

  • DEAMV – Paraíso

  • 61ª e 62ª Delegacias de Paraíso

SUGESTÃO DE 5 TÍTULOS IMPACTANTES

  1. Facção impunha “tribunal do crime” com torturas e execuções em Paraíso do Tocantins

  2. Polícia desarticula núcleo de facção em operação que revela julgamentos e punições brutais

  3. Operação Rasante prende chefe de facção que aplicava castigos a membros em Paraíso

  4. Facção realizava reuniões por vídeo e mantinha estrutura de "estado paralelo", diz polícia

  5. Tortura, tráfico e execuções: polícia investiga facção que controlava crimes em Paraíso

 

*SSP-TO

 

Na manhã desta quarta-feira, 30, a Polícia Civil deflagrou em Paraíso do Tocantins a Operação Rasante visando dar cumprimento a um mandado de prisão preventiva e dez mandados de busca e apreensão em endereços de investigados por integrar Organização Criminosa suspeitos da prática dos mais diversos crimes ocorridos na cidade.  O mandado de prisão foi cumprido em desfavor de V.H.A.G., 27 anos.

A operação foi coordenada pela 6ª Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (DEIC - Paraíso), unidade responsável pelas investigações,  e contou com o reforço de policiais civis da Diretoria Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO), da 1ª Divisão Especializada Repressão a Narcóticos (Denarc - Palmas), da 6ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Vulneráveis (DEAMV  - Paraíso) e da 61ª e 62ª Delegacias de Polícia, ambas de Paraíso.

O delegado chefe da DEIC - Paraíso, Antonio Onofre Oliveira da Silva Filho, destaca que as investigações tiveram início após a apuração de circunstâncias de torturas cometidas contra usuários de drogas e de um homicídio ocorrido em janeiro deste ano, ocorridos em Paraíso, possibilitando a identificação de membros da organização criminosa com atuação na cidade.

“No curso das investigações, foi apurado que após os faccionados Solução e Atribulado terem assassinado um companheiro, no caso o Roy, sem o aval da cúpula da facção, as lideranças regionais realizaram um procedimento interno para apurar a conduta destes membros aplicando a eles o ‘afastamento’ das funções do cargo na Orcrim, materializando uma espécie de Procedimento Administrativo Disciplinar da facção, como se fossem um funcionário público”, destaca o delegado.

Além disso, as investigações apuraram que os integrantes da organização criminosa vêm sendo responsáveis pelos mais diversos crimes ocorridos na região de Paraíso do Tocantins, incluindo furtos, roubos de valores e de armas de fogo. Ficou constatado que esses integrantes exercem funções típicas de “tribunais do crime”, impondo julgamentos paralelos a indivíduos que descumprem as regras da facção — como a que proíbe roubos em área conflagrada (proibido roubar na quebrada). “As vítimas, em sua maioria usuários de drogas, são submetidas a espancamento denominado ‘madeirada’, bem como outras formas de tortura extremamente violentas”, destaca.

A partir das técnicas de investigação criminal realizadas pela 6ª DEIC, a Polícia Civil pode compreender como essa estrutura paralela atuava. “Observamos que os crimes de relevo ocorridos em Paraíso e região são orquestrados pela organização criminosa. Os crimes que são cometidos sem o aval do comando sujeitam os responsáveis a procedimentos correicionais internos da facção”, contextualiza.

A investigação apurou que as penas variam, podendo ser desde: afastamento das funções, uma surra, mutilação e até mesmo a morte do faccionado que agiu sem consentimento dos superiores.

Rasante
O termo rasante refere-se a uma espécie de reunião regular, geralmente diária, que é destinada ao alinhamento de estratégias, monitoramento de condutas internas e planejamento detalhado de futuras ações criminosas conjuntas. “As reuniões ocorrem por meio de chamadas em conferência via aplicativo, da qual participam integrantes da facção com as lideranças regionais e os disciplinas (encarregados de executar as atividades). Ao final da chamada, é postado no grupo uma espécie de ‘ata de reunião’, chamada de rasante”, contextualiza.

O delegado destaca ainda que a investigação permitiu mapear a estrutura dessa organização criminosa na cidade de Paraíso do Tocantins, identificando boa parte dos membros, da liderança regional até a ponta operacional. “Entre os integrantes identificados estão indivíduos com extensos antecedentes criminais, que registram inúmeras passagens pelo sistema prisional e frequentemente estão envolvidos em crimes graves, incluindo homicídios, tráfico de drogas, sequestros, cárcere privado e torturas”, destaca.

Mandados cumpridos
Na Unidade Penal de Paraíso do Tocantins foi dado cumprimento a mandado de prisão contra V.H.A.G., conhecido no mundo do crime como Megamente ou Estudioso, o qual possui o cargo na facção de “Regional da Centro-Oeste do Tocantins”. Megamente foi preso no último sábado, 26, pelo crime de tráfico de drogas.

Durante a operação, foram três pessoas foram presas em flagrante e um menor apreendido, todos por tráfico de drogas. Entorpecentes, insumos, máquinas de cartão e celulares também  foram apreendidos.  O material apreendido será analisado, podendo contribuir para novos desdobramentos da investigação.