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AÇÃO POLICIAL

Suspeito de incendiar carro de vendedor de frutas da capital é preso

04 agosto 2022 - 08h14Por G1 Tocantins

O suspeito de incendiar o carro de um vendedor de frutas Hiaggo Henrique foi preso na noite desta quarta-feira (3). Por volta das 19h30, o homem, que não teve o nome divulgado, foi levado pela Polícia Militar (PM) até o local do crime e depois seguiu para a delegacia na capital. Segundo apuração da TV Anhanguera, ele é natural da Venezuela e tem 28 anos.

O incêndio aconteceu na noite de terça-feira (2), por volta das 20h em um estacionamento da Avenida Teotônio Segurado, quadra 402 sul. Segundo Hiaggo, que é conhecido na cidade como Django, o suspeito teria se irritado porque o vendedor não conseguiu trocar um dinheiro no dia anterior ao ataque. Além de ameaça-lo, o suspeito teria feto diversas ofensas racistas, segundo a vítima.

Imagens de câmeras de segurança de comércios próximos ao local em que o carro estava estacionado mostraram o momento que o suspeito incendeia o veículo.

O homem foi preso pelo setor de inteligência da Polícia Militar (PM) e de acordo com informações preliminares, a vítima reconheceu o suposto agressor. A Polícia Civil investiga o caso.

Denúncia de racismo

Hiaggo relatou que no dia anterior ao fato, o suspeito fez ameaças e ofensas racistas, situação que ele considerou mais seria do que a perda do carro. "A questão não é material, é racial. Aconteceu isso hoje, eu vou comprar outro carro e aí? O carro é o de menos. A gente vê racismo nesse fogo, mas quando ele acabar, onde vamos ver o racismo? Como vai combater isso?".

O carro do vendedor ficava estacionado no bolsão da Avenida Teotônio Segurado porque estava quebrado. Ele foi avisado sobre o incêndio quando estava em uma feira de Palmas fazendo compras.

Pelo relato de ofensas, o episódio levanta a discussão sobre racismo estrutural e consequências que causa na sociedade. Para Priscila Ernesto Aragão, presidente da Comissão de Igualdade Social, o crime ocorreu por uma situação que não se pode mudar, que é a cor da pele. "Isso nos fere de uma forma que a gente não consegue mensurar. O material você pode mensurar, mas a sua existência da infância até a vida adulta, não", afirmou.

Vaquinha online

Por ser ativo nas redes sociais, o vendedor compartilhou seu drama com os seguidores desde o momento que o carro e mercadorias eram destruído pelas chamas. Para ajudar com esse prejuízo, pessoas que a acompanham a luta do vendedor fizeram uma vaquinha online para arrecadar dinheiro. Até a noite desta quarta-feira (3), a vaquinha arrecadou mais de R$ 32 mil.

Com o dinheiro, o vendedor ambulante disse que pretende comprar um novo carro para poder trabalhar, já que o veículo mesmo com defeitos, era seu meio de ganhar a vida.