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VIAGEM Á ÁFRICA

Lula chega ao Cairo para discutir guerra entre Israel e Hamas

14 fevereiro 2024 - 09h39

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou no Cairo, capital do Egito, pouco antes das 4h desta quarta-feira (14).

O Itamaraty informou na terça (13) que, durante a viagem ao Egito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá discutir com o presidente egípcio Abdel Fatah Al-Sisi a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, além de assinar um acordo na área de bioenergia.

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Lula decolou em direção ao Egito por volta das 14h20 desta terça. A agenda oficial na cidade prevê compromissos públicos somente na quinta-feira (15).

Este é o segundo giro de Lula por países da África desde que tomou posse como presidente da República. No ano passado, Lula passou por África do Sul, Angola e São Tomé e Príncipe. Nesta nova rodada de viagens, o presidente passará por Egito e Etiópia (veja detalhes mais abaixo).

Na campanha eleitoral de 2022, Lula colocou entre as diretrizes do programa de governo a previsão de, se eleito, "reconstruir" as relações entre o Brasil e países africanos. Antecessor de Lula, Jair Bolsonaro não visitou países africanos durante o seu mandato (2019-2022).

Naquele ano, antes mesmo de ter tomado posse e na condição de presidente eleito, Lula esteve no Egito, a convite do governo local, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Egito

Segundo o Itamaraty, a agenda de Lula no Cairo, na próxima quinta, prevê duas reuniões com Al-Sisi, das quais uma privada (entre os dois e intérpretes) e uma ampliada (da qual costumam participar integrantes dos dois governos).

Devem integrar a comitiva brasileira, além de Lula, a primeira-dama Janja; o chanceler Mauro Vieira; o assessor especial de Lula Celso Amorim; e a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.

Em comunicado divulgado à imprensa nesta terça, o Ministério das Relações Exteriores informou que os dois presidentes discutirão nos encontros as mudanças climáticas e a guerra entre Israel e o Hamas.

A guerra começou em outubro do ano passado, após o grupo terrorista atacar Israel. Milhares de pessoas morreram na região. Desde que o conflito começou, o Brasil repatriou cerca de 1,5 mil cidadãos que estavam na região de conflito e pediram ajuda ao governo para retornar ao país.

Desse grupo, 115 eram brasileiros que viviam na Faixa de Gaza — que faz fronteira com o Egito — e só puderam retornar ao país após o Egito abrir as fronteiras.

"O apoio do governo do Egito foi fundamental para a repatriação de 115 cidadãos brasileiros da Faixa de Gaza, por meio de três evacuações pela fronteira de Rafah, em 12 de novembro 2023 (32 pessoas), 9 de dezembro de 2023 (47 pessoas), 21 de dezembro 2023 (32 pessoas) e 8 de fevereiro de 2024 (4 pessoas), que seguiram para o Cairo antes de embarcarem para o Brasil", informou o Itamaraty.

Ainda de acordo com o Ministério, os governos brasileiro e egípcio assinarão acordos bilaterais nas seguintes áreas:

  • bioenergia;
  • ciência, tecnologia e inovação.

Além das reuniões com Al-Sisi, Lula também irá visitar a sede da Liga Árabe, onde se reunirá com o secretário-geral da entidade, Ahmed Aboul, e deverá discursar aos representantes dos países do grupo.

Etiópia

No segundo destino da viagem, Lula deverá ter reuniões com autoridades locais e participar da Assembleia da União Africana. O grupo passou a integrar o G20, obtendo o mesmo status da União Europeia junto à entidade.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o discurso do presidente ainda não está finalizado, mas Lula deverá reforçar as oportunidades de cooperação entre os países africanos e o Brasil, acrescentando que, durante a presidência brasileira do G20, os três eixos centrais do grupo são:

  • inclusão social com combate à fome e à pobreza;
  • desenvolvimento sustentável e transição energética;
  • reforma da governança global.

Sobre este último ponto, Lula tem defendido, por exemplo, que ao menos um país africano tenha representante no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) — Lula também tem defendido que o Brasil, a Alemanha e o Japão também passem a integrar o grupo.

*G1 Globo