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CÂMARA MUNICIPAL

Vereadores se solidarizam com Terezona e esquecem vítima de pedofilia

13 junho 2011 - 18h43

Stoff Vieira/Dágila Sabóia
Da Redação


Na sessão desta segunda-feira, 13, os vereadores fugiram da pauta e abordaram um assunto que repercutiu na semana anterior após a Polícia Militar realizar na última terça-feira, 07, a prisão do açougueiro, Franco Venâncio Ferreira, 36 anos, filho da Vereadora Terezona (PR), acusado de estuprar uma menina de 12 anos de idade. O fato foi noticiado pela imprensa televisiva e sites de notícias da região, inclusive o Portal O Norte. (Leia a matéria na íntegra aqui)

O questionamento inicialmente levantado pelo presidente da Casa, Elenil da Penha (PMDB), foi apoiado pelos vereadores Mané Mudança (DEM), Gerônimo Cardoso (PMDB) que criticaram a forma como a imprensa noticiou o envolvimento do filho da vereadora Terezona no caso.

Gerônimo Cardoso, afirmou que a forma como a imprensa divulgou a notícia foi leviana e que “a imprensa acusou, julgou e condenou a vereadora pelo ato do filho”.

Apoio
Após criticarem os veículos de comunicação pela forma como foi vinculada o ato absurdo alheio, os vereadores se mostraram muitos solidários com Terezona.

Mané Mudança em sessão mostrou-se insatisfeito com o envolvimento do nome da vereadora no caso: “Eu sou solidário à Terezona, inclusive ela votou a favor em um projeto de minha autoria para combater a pedofilia. Acredito que não seria necessário envolver o nome e divulgar imagem dela. O rapaz acusado tem 36 anos é maior de idade e responsável pelos atos dele próprio”, disse.

Incoerência e parcialidade
Semana passada, foi aprovado por unanimidade em terceira votação pela Câmara de Araguaína, um Projeto de Lei de autoria do parlamentar, Mané Mudança, que visa o combate e esclarecimento à pedofilia.

Um dia após a aprovação do projeto, foi ao ar nos veículos de comunicação regionais, o caso em que o filho de Terezona havia se envolvido sexualmente com uma criança de 12 anos, coincidentemente, no mesmo dia da aprovação do Projeto de Lei.

Hoje, durante o debate em sessão, os vereadores em apoio à colega de trabalho esqueceram-se apenas de solidarizar-se com a família da vítima, que apesar de o fato ter acontecido com o filho da vereadora, esta é judicialmente isenta de culpa em relação ao suposto ato criminoso cometido por seu filho. A vítima por sua vez, que seria a maior prejudicada na história não foi recordada, defendida e nem comentada em sessão.

Durante o debate sobre o assunto, o que ficou evidente é que alguns vereadores gostariam que a imprensa não tivesse divulgado os fatos acrescentando o nome da vereadora e que noticiar o ocorrido dessa forma, teria sido uma falta de ética. Sobre a questão, o vereador Bethânia argumentou que “Não, não faltou ética. O que aconteceu foi que o nome da parlamentar foi usado como referência, o que não pode é a sociedade julgar Terezona pelos atos do filho que é um homem maduro. Em momento nenhum a vereadora se solidarizou com o filho, ela está arrasada”, Concluiu o vereador Divino Bethânia.

Repúdio
Ainda em observação à colocação dos vereadores em apontar insatisfação ao fato de o nome da vereadora ter sido divulgado na imprensa, o Portal O Norte, vem a público repudiar as afirmações por parte de parlamentares como, Gerônimo Cardoso, que equivocadamente afirmou de forma generalizada que “a imprensa acusou, julgou e condenou a vereadora pelo ato do filho”.

Tendo em vista as colocações apresentadas por alguns vereadores e apesar da preocupação destes em defender a colega de trabalho, entendemos que Terezona trata-se de uma pessoa pública e um fato tão grave como este numa cidade no porte de Araguaína, seria praticamente impossível passar despercebido.

Ressaltamos também que na matéria publicada em nosso veículo de comunicação, em nenhum momento a vereadora foi julgada pelo ato praticado pelo filho, no entanto, o abuso veio a público e tendo a responsabilidade de informar os leitores, nossa reportagem relatou o fato ocorrido.

Entendemos ainda que os parlamentares envolvidos na questão, ao invés de se preocuparem  em tentar proteger a integridade moral da vereadora, que na verdade, como já foi citado anteriormente é isenta de culpa, deveria se preocupar sim [já que estão incluídos entre os que votaram todos a favor de um Projeto de Lei de combate a pedofilia] com a real punição de uma pessoa que é capaz de um ato tão insano e irresponsável bem como o suporte psicológico dessa família e criança afetadas por tal absurdo.