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EM DEFESA

Casa Militar nega qualquer agressão e diz que jornalista "encenou"

07 setembro 2011 - 11h38

 
Cleber Toledo

Do Portal CT

 

O secretário-chefe da Casa Militar, coronel Luiz Cláudio Benício, negou ao CT nesta manhã que tenha havido agressão à jornalista, apresentadora e proprietária da emissora TV Líder (Rede TV), Silene Borges, após solenidade dessa terça-feira, 6, em Araguaína, durante visita do governador Siqueira Campos (PSDB). "Foi uma encenação", disse coronel Benício em relação ao comportamento da jornalista.

Segundo ele, Silene queria entrevistar o governador sobre a exoneração do chefe da Residência Rodoviária da Secretaria Estadual de Infraestrutura (Seinfra) em Araguaína, Antônio Walter Oliveira da Luz, o Tonhão. Conforme a jornalista, a entrevista já estaria agendada via Secretaria Estadual de Comunicação. "Não havia agendada nenhuma entrevista dela com o governador", afirmou o secretário.

Conforme o coronel, ao terminar a solenidade de lançamento dos programas Reluz e Nossa Oportunidade, o governador e comitiva saíram às pressas porque precisavam embarcar ainda de dia, uma vez que o aeroporto de Araguaína não permite decolagens à noite. "Assim, o governador precisava deixar o local rapidamente, tanto que não viu nada disso, quando ocorreu o incidente o governador já tinha saído", contou coronel Benício.

O seceretário-chefe da Casa Militar disse que a única ocorrência partiu da própria jornalista, que, na pressa para chegar ao governador, teria acertado involuntariamente o microfone no subcomandante do Batalhão da Polícia Militar de Araguaína, major Alon Amaral. "Mas não houve nenhuma reação dele e nem de ninguém. Foi apenas isso que ocorreu. Como ela [Silene] não conseguiu a entrevista com o governador, fez toda essa encenação", disse coronel Benício.

Entenda
Conforme o Portal O Norte, Silene teria sido agredida com uma cotovelada e uma pisada no pé por um dos seguranças de Siqueira enquanto tentava uma entrevista com Siqueira.

Silene registrou um Boletim de Ocorrência na Central de Flagrantes e, durante entrevista à imprensa local a jornalista disse que se “sentiu humilhada” porque haveria uma entrevista exclusiva agendada com o governador via Secretaria de Comunicação. Silene também desabafou afirmando que, para Siqueira Campos, "a imprensa tocantinense não presta” e garantiu que "não deixará esta situação passar em branco", e que vai entrar com um processo contra o governo.

Desmaio
Ainda de acordo com o Portal O Norte, a apresentadora também lembrou que levou uma cotovelada em um dos seios, bem no local onde ela já havia passado por uma cirurgia cardíaca de colocação de uma válvula. Ao terminar seu relato à imprensa, Silene aparentemente teve um princípio de infarto, desmaiou e foi amparada pelos colegas de trabalho e demais presentes. Uma viatura do Samu foi acionada e conduziu a jornalista para o Hospital Regional de Araguaína. De acordo com informações, Silene Borges já recebeu alta médica e passa bem.

"Ditadura"
O jornalista Alberto Rocha, representante do Sindicato dos Jornalistas do Tocantins, em Araguaína, foi chamado para acompanhar o depoimento de Silene sobre o caso de agressão. Alberto reiterou que o Sindjor-TO não compactua com este tipo de atitude por parte do poder público e que "não aceitará iniciativas repressivas ao trabalho da imprensa como na época da ditadura”.

Alberto também garantiu que o caso será comunicado à Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Nacional de Justiça, Federação Nacional dos Jornalistas e Sindicato dos Jornalistas do Tocantins.

O CT tentou, mas não conseguiu contato para ouvir a versão da jornalista Silene Borges.