A professora Vera Lúcia Caixeta, natural de Araguaína (TO), defende ainda este mês sua tese de Doutorado sobre a atuação dos Orionitas no antigo norte-goiano, atual Estado do Tocantins. “Médicos, Padres, Sertões: o Norte de Goiás no Relatório de Arthur Neiva e Belisário Penna e nas Narrativas dos Interlocutores Goianos (1916-1959)” é o título do trabalho, que está sendo orientado pela professora Drª. Jacqueline Hermann, e será apresentado no próximo dia 21 de Setembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A tese de Doutorado será submetida ao Programa de Pós-Graduação em História Social, daquela universidade, e contará com cinco examinadores: Drª. Nísia Trindade Lima (FIOCRUZ), Drª. Têmis Gomes Parente (UFT), Dr. Francisco José Silva Gomes (PPGHIS/UFRJ), Dr. André Campos (UFF/UERJ), além de sua orientadora, a professora Drª. Jacqueline Hermann (UFRJ).
No trabalho, a autora conta um pouco da história do projeto dos “Filhos de Dom Orione” e narra a chegada dos Padres Quinto Tonini e Padre Remígio Corazza. A teses descreve também o surgimento de estabelecimentos de saúde na região e relembra os cursos de atualização profissional em enfermagem ministrados para as socorristas samaritanas, formado, geralmente, por professoras das escolas paroquiais.
Resumo
O estudo analisa as diferentes visões dos sertões goianos, entre 1916-1959, construídas pelas narrativas de médicos/cientistas, padres e médicos locais. Busca perceber como o mundo dos sertões foi dado a ler, por diferentes sujeitos. A trama foi construída a partir do cruzamento das informações presentes no relatório Neiva e Penna elaborado após a expedição científica realizada ao norte do Brasil, em 1912, com as visões dos interlocutores goianos, médicos e padres dos sertões. O cenário da pesquisa está localizado entre os vales dos rios Araguaia e Tocantins, o primeiro faz divisa com o Estado do Pará a oeste, e o segundo, com o do Maranhão, Piauí e Bahia a leste. No trabalho, tenta-se perceber as disputas, as contestações e as apropriações das leituras dos sertões realizadas por Neiva e Penna nas narrativas dos médicos e padres locais. Eles reagiram à circulação do relatório Neiva e Penna e mostraram que estavam na disputa por uma nova caracterização dos sertões goianos. (Da assessoria)