Da Redação
O projeto de reforma do Mercado Municipal iniciado no último mandato da ex-prefeita, Valderez Castelo Branco (PP), tem provocado a insatisfação de feirantes que trabalham no local, eles afirmam que Valderez, No término de seu mandato reinaugurou o prédio, porém o trabalho estava longe de ser concretizado.
A obra que tinha uma previsão de 90 dias para ser finalizada, até hoje permanece inacabada. De acordo com depoimentos de pessoas que trabalham no Mercado, etapas que já foram encerradas ainda deixam muito a desejar no que diz respeito à infraestrutura.
Praça de alimentação
Em 22 de setembro do ano passado, foi entregue aos donos de barracas de comida, boxes na praça de alimentação, que segundo eles, ainda passaram três dias sem água nem energia no local. Durante a reforma, eles permaneceram alojados na lateral do Mercado, debaixo de barracas de madeira e lonas plásticas, em situações precárias de higiene.
Atualmente, na praça funciona uma área que é composta de restaurantes populares que oferecem refeições 24 horas e o principal prato oferecido aos clientes é o famoso “chambari”. Da sua construção até a sua finalização levaram exatamente 4 anos para a obra da praça ser concluída.
“Depois de muita dificuldade, conseguimos mudar para dentro do Mercado, mas está longe de ser o que a gente pensava”, declara a cozinheira, Luzinete, 52 anos, apontando as falhas existentes tanto na estrutura quanto na manutenção do prédio, como a falta de ventilação, o vazamento de encanação de água e esgoto, provocando mau cheiro que incomoda os clientes e os donos dos restaurantes e completa: “São vazamentos por todos os lados e direto a gente mesmo paga pra concertar torneiras e encanamentos quebrados. É uma situação que não pode continuar”, reclama a cozinheira.
Acessibilidade
Os trabalhadores também reclamam da falta de acessibilidade a cadeirantes e idosos, principalmente para chegar até à praça de alimentação, que fica no primeiro andar do prédio e o acesso é feito apenas através de escadas em suas laterais. Nossa equipe constatou a não existência de rampas de acesso, um evidente erro no projeto de reforma que não poderia ter passado despercebido.
Feirantes queixam-se da falta de acessibilidade para cadeirantes e idosos até o 1º andar onde é lo-
calizada a praça de alimentação e o acessso é feito apenas por escadas.
Comerciantes no meio da rua
Como foi dito anteriormente, a obra ainda está em andamento e muitos vendedores de roupas, brinquedos e acessórios que tinham seus estabelecimentos no interior das antigas instalações, ainda permanecem no meio da rua, às margens do Mercado aguardando a conclusão da etapa que constitui os boxes de lojas tão esperados por eles.
Inconformados com a demora da entrega da obra, eles cobram agilidade do prefeito, “A promessa era terminar em 90 dias, mas pelo contrário, ainda estamos aqui. Queremos que o prefeito faça alguma coisa, não suportamos mais trabalhar nessas condições, estragando nossas mercadorias e tendo prejuízos ao invés de lucros”, declara a vendedora Domingas Pereira, 60 anos.
O Portal O Norte registrou também a reclamação de pessoas que transitam no local e observam a existência de boxes vazios e tentam compreender qual a razão: “Com tanta gente lá fora sem local adequado pra trabalhar e vemos espaços desocupados aqui dentro do Mercado, porque o prefeito então não ocupa esses boxes com quem realmente precisa?”, questiona a dona de casa Edvânia, 27 anos.
A equipe do Portal O Norte registrou a existência de boxes vazios no terreo do Mercado Municipal.
Prédio antigo
Enquanto os proprietários de restaurantes da praça de alimentação protestam a respeito da má qualidade da estrutura reformada e os comerciantes que tinham suas lojas dentro do Mercado permanecem alojados no meio da rua, os donos de açougues e outras bancas, instaladas no antigo prédio do Mercado reclama da condição precária em que se encontra a estrutura física, instalações elétricas e hidráulicas do local: “Até agora, só os restaurantes ganharam estrutura e pintura, a prefeitura deve cuidar dessa parte do mercado também, porque a situação está cada dia mais crítica”, observa o comerciante Luis Santos, 28 anos que vende queijos em uma banca do Mercado.
Higiene e Segurança
A ausência de seguranças no Mercado Municipal de Araguaína também é algo evidente pra quem trabalha e transita pelo local, onde de acordo com depoimentos já houve vários episódios envolvendo facas e armas de fogo. “A gente vê direto brigas de pessoas bêbadas e até drogadas, armadas com facas e revólver. Fico preocupada, pois trabalhando aqui sem segurança alguma, tenho medo de me tornar vítima de um marginal, muitas dessas situações poderiam ser evitadas se a gente tivesse vigias aqui”, diz a cozinheira Maria Coelho, 52 anos, proprietária de um restaurante.
Tentando solucionar parte do problema de segurança e cansados de esperar providências do Poder Municipal, pessoas que trabalham no local reuniram-se para comprar grades de segurança para protegerem seus estabelecimentos de marginais e vândalos.
Segundo os proprietários dos boxes, eles foram obrigados a arcar com despesas de instalação de
grades de proteção por falta de segurança no local.
Os comerciantes ainda reclamam que mendigos tomam conta do Mercado defecando e urinando pelos corredores, o que provoca um evidente mau cheiro insuportável no local. “Com a presença de seguranças aqui, temos certeza que inibirá a ação desses marginais. Nós não somos obrigados a suportar isso, a prefeitura tem que tomar providências”, protesta a vendedora Marlene Dias, 37 anos. Este último caso intera outro motivo de queixa dos trabalhadores, que trata da falta de pessoas responsáveis especificamente pela limpeza no espaço. “Mês que vem começamos a pagar taxas de manutenção, então acho que essa é a hora pra começar também a cobrar soluções pra estes problemas de falta de segurança e limpeza por aqui”, conclui Marlene.
Mendigos tomam conta do mercado defecando e urinando em lugares públicos provocando um evidente
mau cheiro no local.