Maria do Socorro Silva, de 62 anos, superou a covid-19 com o apoio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192), acompanhamento do Telecovid e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em homenagem inédita, ela ligou aos socorristas para agradecer, no último dia 27. Além disso, estendeu uma faixa expondo a vitória contra a doença, na fachada de sua casa, localizada no cruzamento da Avenida Alfredo Nasser com Souza Porto. (No final da publicação você confere o áudio na íntegra)
“Eu sou uma sobrevivente da covid-19. Eu tô ligando aí, meu irmão, para agradecer vocês. Eu quero dizer: Muito obrigada. Obrigada, obrigada e obrigada do fundo do meu coração. Eu nunca fui tão bem tratada. Tratada como gente, um ser humano. Pelo pessoal do SAMU, médicos, todas as vezes que vieram aqui. Obrigada do fundo do meu coração, eu nunca vou esquecer o que vocês fizeram muito por mim”, falou Maria na ligação.
A aposentada começou a sentir os sintomas em meados de julho, mas não quis procurar atendimento médico, até que sentiu o agravamento da doença. Pelas suas contas, do dia 21 ao dia 27 do último mês ela foi atendida cinco vezes. “Eu sou grata porque eles são muito humanos, conversavam comigo, me levavam para UPA ou faziam os procedimentos e ficavam. Eles são tão bacanas que, quando saiam, batiam o portão e eu já ficava cochilando”, contou
Maria cumpriu o isolamento social e o período para que o organismo combata a doença dentro da própria casa, e para isso contou com apoio dos psicólogos do Município e amigos. “Eu sentia muita falta de ar, é sufoco mesmo, não tinha vontade de fazer nada e graças a Deus meus amigos me trouxeram comida e não foi preciso internar. Eu sou sozinha, não tenho com quem conversar, e foram muito boas as ligações dos psicólogos Carlos e Wilbiane”, relatou.
Atendimento inédito
De acordo com Douglas Coelho Rodrigues, médico intervencionista e o regulador do SAMU que atendeu a ligação de agradecimento, a atitude de Maria nunca havia acontecido antes. “O pessoal costuma ligar muito em final de ano, como sabem que a gente fica longe da família. Mas dessa maneira é a primeira vez, ainda mais durante uma pandemia. Isso não tem preço, só nos fortalece”, afirmou.
Ao desligar o telefone, o médico diz que ficou emocionado e passou o recado para todas as equipes. “Fiquei emocionado que uma paciente nossa conseguiu vencer a doença. Fui comunicar com a equipe e todos tivemos a mesma reação. Nós temos aproximadamente 60 servidores, entre médicos, técnicos, enfermeiros, auxiliar de serviços gerais, motorista condutor e vigilante. Todo mundo faz parte, a gente não faz nada sozinho”.
O SAMU de Araguaína realiza cerca de 15 atendimentos covid por dia, entre intervenções domiciliares e transferências entre hospitais.