Um paciente de 56 anos de idade internado com Covid-19, no Hospital Regional de Araguaína (HRA) corre o risco de perder a voz por falta de uma cirurgia que deveria ter sido feita há mais de 10 dias na unidade.
Entenda o caso
Jeorgiano Tavares da Silva é comerciante. Dono de um restaurante, o araguainense casado e pai de dois filhos foi internado depois de ser infectado pela Covid. O diagnóstico foi confirmado no dia 3 de agosto após um teste realizado em uma Unidade Básica de Saúde. "Ficamos aguardando por cerca de 3 horas para realizar o teste e quando vimos que deu positivo também fomos submetidos ao exame, mas no meu irmão, minha mãe e em mim deu negativo, mas mantivemos o isolamento", contou o filho Leonardo Martins em entrevista à nossa reportagem.
No mesmo dia que saiu o resultado, o senhor Jeorgiano passou mal: "Meu pai tava sentindo muita falta de ar então levamos ele para a UPA. No dia seguinte ele já foi transferido para o Regional direto para uma UTI onde permanece entubado desde então", lembra.
Martins disse ainda que o estado de saúde do seu Jeorgiano continua gravíssimo e conforme o último boletim médico repassado à família, ele ainda não tem previsão de sair da UTI, contudo, por conta da entubação prolongada, existe a necessidade dele passar por uma traqueostomia [orifício criado cirurgicamente no pescoço e indicado em emergências], no caso do paciente, o tratamento com os aparelhos de entubação podem comprometer irreversivelmente a fala. "Uma profissional do Regional que acompanha meu pai e conversou com a gente, disse que o recomendado é que essa cirurgia seja feita 21 dias depois da entubação, entramos com a solicitação assim que fomos informados disso, mas até hoje, com 35 dias dias de internação, meu pai continua esperando pra ser operado", lamenta Leonardo.
Com o passar dos dias a tensão só aumenta na família do seu Jeorgiano, que decidiu procurar nossa reportagem para denunciar o caso. Eles temem que o comerciante nunca mais volte a falar: "Desde que entramos com a solicitação o hospital vem adiando a cirurgia, um dia dizem que não tem cirurgião disponível, outro dia é o anestesista que não pode atender e enquanto isso, as chances do meu pai ter uma sequela irreversível só aumenta. Precisamos de uma resposta urgente!", reclama Leonardo.
O Portal O Norte procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para esclarecimentos sobre o caso e aguarda resposta.