O dia foi longo, o cansaço bateu e para recuperar as energias é necessário ter uma boa noite de sono. Mas aí você está quase dormindo e, de repente, sua perna se mexe… sozinha! Aí o sono vai embora e o que deveria ser uma noite reparadora se torna um incômodo de “dorme e acorda” repetidas vezes. O que pode estar acontecendo?
Tem uma explicação médica para isso. Você já ouviu falar da Síndrome das Pernas Inquietas? Também conhecida como SPI, essa síndrome é um distúrbio caracterizado por alterações da sensibilidade e agitação involuntária das pernas. Em casos mais graves, a SPI também pode afetar os braços.
Quando a SPI aparece?
“Essa síndrome manifesta-se principalmente durante os momentos de repouso. Por causa disso, a qualidade de vida do paciente fica comprometida, já que ele dorme mal ou quase não dorme”, explica o otorrinolaringologista e médico do sono, Daniel Nunes.
Essas noites mal dormidas têm impactos negativos na vida de quem sofre com a SPI. Durante o dia, a pessoa fica sonolenta, cansada, sente dificuldade para se concentrar, fica irritada e se estressa mais facilmente.
Além disso, a quantidade insuficiente de horas de sono está intimamente relacionada à obesidade, depressão, ansiedade e respostas debilitadas do sistema imunológico.
Causas
Não é bem conhecida a causa da Síndrome das Pernas Inquietas. O que se sabe e é observado é que, além de uma predisposição genética do paciente, a deficiência de dopamina (um dos hormônios da felicidade) e de ferro em áreas motoras do cérebro está associada ao aparecimento de movimentos involuntários e repetitivos, que são característicos da síndrome.
Sintomas
São sinais da SPI:
- Sensação de desconforto e necessidade angustiante de mover as pernas
- Formigamento
- Pontadas
- Arrepios
- Dor
A intensidade dos sintomas varia de leve a grave e diminui quando o afetado realiza algum movimento. É nessa hora que o sono vai embora.
“A síndrome pode se manifestar em qualquer idade. É rara em crianças e acomete principalmente a população adulta”, destaca Daniel.
Diagnóstico
“Para realizar o diagnóstico, o paciente pode contar com a polissonografia, um exame não invasivo que mede a atividade cerebral, muscular e respiratória durante o sono. Diversos sensores são espalhados pelo corpo do paciente e os dados coletados são analisados por computadores que descrevem em detalhes como foi o descanso do indivíduo”, descreve o médico do sono.
O tratamento geralmente é feito com medicamentos. O objetivo é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente, principalmente em relação ao sono, mas a abordagem que será utilizada contra a síndrome é decidida pelo médico.