No final da tarde de ontem (4/07), o reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Alan Barbiero recebeu membros da diretoria da Seção Sindical dos Docentes da UFT (SESDUFT) e representantes do comando de greve. O objetivo da reunião foi à entrega de ofício a ser encaminhado ao Secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) Duvanier Paiva Ferreira e também esclarecer sobre as reivindicações dos grevistas.
Para o presidente da SESDUFT, o professor do curso de direito Vinícius Marques o apoio do Reitor Barbiero é importante, pois servirá de mediador entre SESDUFT e Governo Federal. Marques informou também que os docentes da UFT estão em greve desde o dia 27 de junho de 2011, conforme deliberação em assembleia geral realizada na mesma data.
“A decisão de deflagrar a greve foi devido à morosidade nas negociações sobre o plano de carreira e sobre o reajuste salarial, iniciativa essa que acompanha o movimento de construção da greve nacional, conforme indicado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), nosso legítimo representante sindical”, explica. Segundo Marques a greve perdurará enquanto não houver efetiva negociação, levando em conta a proposta discutida na base pelos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).
Já para o membro do Comando Geral de Greve, o professor do curso de filosofia Fábio Duarte coube ressaltar que há outros fatores locais que potencializam os efeitos negativos da atual carreira e do salário dos docentes da UFT. “Vale destacar o alto custo de vida no estado do Tocantins e que a maioria dos docentes da UFT possui formação de mestrado e encontra-se em início de carreira”, argumenta.
Duarte fala que este último ponto indica que a UFT está entre as IFES com menor média salarial docente. “Temos o menor salário das universidades federais o que justifica a insatisfação e acarreta a baixa fixação de docentes no estado, motivos estes preponderantes para a deliberação pela greve imediata” esclarece.
O reitor Barbiero concorda que é essencial o aumento salário dos docentes. “Eu vejo que é um debate importante e que realmente há necessidade de recomposição da carreira como também de melhorias salariais. Nós torcemos, faremos o possível e o necessário para que haja o entendimento do Governo Federal sobre as reivindicações da classe”, acrescenta.
Barbiero explica que tem buscado mediar à comunicação entre a categoria e o Governo Federal através da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). “A ANDIFES tem de forma recorrente participado dessa discussão no de sentido de tentar construir condições para que haja negociação”. O Reitor destaca que para universidade funcionar bem, precisa de funcionários bem remunerados e motivados.
O Reitor conta com muita simplicidade que irá encaminhar ao Secretário do MPOG Duvanier Paiva Ferreira as questões que a SESDUFT solicitou através de ofício. “Eu vejo essa atitude com muita naturalidade e tranquilidade. Neste momento estou como reitor na UFT, mas antes de qualquer coisa sou docente, sou professor e entendo a situação que a categoria está passando e, não deixaria de forma alguma de encaminhar uma solicitação do sindicato dos docentes da UFT”, finaliza. (Por Shara Rezende)