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CRIME

Postos de combustíveis são suspeitos de praticar cartel em Araguaína

25 abril 2011 - 15h56

Daniel Lélis
Da Redação

 

O valor do preço dos combustíveis tem aumentado em todo o país nas últimas semanas. Em Araguaína, a alta no valor do álcool e da gasolina tem preocupado e muito os consumidores. O Portal O Norte visitou cinco dos principais postos de combustíveis da cidade para traçar a realidade dos valores cobrados e confirmou: os araguainenses pagam cada vez mais pelo combustível de todo dia.

Em Araguaína, o álcool aumentou cerca de 12% nos últimos dias, passando de R$ 2,33 para R$ 2,65 em média. A gasolina comum, por sua vez, na maioria dos postos passou de R$ 2,85 para R$ 3,10, o que significa uma elevação de aproximadamente 8%.

Migração
O aumento no valor do álcool tem levado muitos consumidores que tem carro flex a migrarem para a gasolina. “Deixei de abastecer com álcool porque percebi que não valia mais a pena; o preço é praticamente o mesmo da gasolina”, explica Suzana Medeiros de Abreu, 32 anos, empresária.

A diferença do valor da gasolina para o etanol no Auto Posto Neblina, por exemplo, é de apenas 22 centavos. “Compensa mais abastecer com gasolina”, conta o frentista Adailton Fernandes Chagas.

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (SINDICOM), estima que o consumo de etanol hidratado caiu 70,5% na primeira semana de abril em comparação com o registrado na média de janeiro e fevereiro. Em contrapartida, o consumo da gasolina nos postos brasileiros, segundo o sindicato, cresceu 27,5%.

Justificativa para o aumento do álcool
A principal justificativa para o aumento no valor do combustível vegetal é a entressafra da cana-de-açúcar, que começa em meados de outubro e se estende até o mês de abril. Como a produção diminui nessa época do ano, o preço do etanol hidratado na bomba consequentemente aumenta.

Os especialistas afirmam que somente no final de abril, quando for normalizada a produção da matéria-prima do etanol é que os preços voltarão a cair.

Mais caro x mais barato
Dos postos visitados, a gasolina mais barata é a do Posto Disval, que cobra R$ 3,08 pelo litro. O mais caro é encontrado no Posto Madrigal e no Auto Posto Neblina R$ 3,12 reais. “A variação é pequena, mas depois de um mês faz uma diferença e tanto para o bolso”, conta Fábio Cavalcante Medeiros, 39 anos, funcionário público.

Com relação ao álcool, a empresa que cobra o menor valor em Araguaína é o Auto Posto Ipanema. Lá o consumidor paga R$ 2,59 pelo etanol. Por outro lado, quem abastece no Auto Posto Neblina precisa pagar R$ 2,75 pelo litro do combustível. A diferença nesse caso é considerável.

Suspeitas de cartel
A maioria dos motoristas entrevistados aponta a questão do aumento do combustível como um abuso e levantam a suspeita de que os postos de combustíveis de Araguaína tenham feito um acordo entre eles para promover o domínio dos preços sobre os comsumidores: “Isso parece coisa de cartel, em todos os lugares o valor aumenta e é muito parecido. Parece que está tudo combinado entre os donos dos postos de Araguaína pra colocar contra a parede e sufocar quem precisa abastecer seu veículo”, suspeita Mário Abreu da Silveira, 27 anos, enfermeiro.

Um ex-frentista que prefere não se identificar confirma a declaração do enfermeiro: “É no mínimo suspeito a gente ver que o preço da gasolina em Araguaína é aumentado em todos os postos com diferenças mínimas, o pior é que isso impede o consumidor de encontrar um posto com preço mais baixo”.

O cartel é uma prática ilegal em que empresas estabelecem acordos entre si para promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços. A forma mais conhecida é caracterizada pela combinação e manipulação de preços que inviabilizam a concorrência leal.