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RIACHINHO

Prefeito diz que foi vítima de estelionato

13 junho 2011 - 10h15

Após determinação da justiça para se afastar do cargo o prefeito de Riachinho, Eurípedes Melo, conhecido como Lipe (PR) encaminhou nota à imprensa onde afirma que foi vítima de estelionato.

O gestor e mais cinco secretários foram afastados por seis meses por participação em supostas irregularidades com empréstimos consignados no Banco Matone S/A.

Segundo a nota o banco não cumpriu acordo com o município.

A minha administração é transparente, confio na população e a mesma, confia em mim. Não somos do mal e sim, do bem. Tenho certeza de que não roubamos nada dos cofres públicos. O que está sendo roubado é a nossa vida e a nossa moral psicológica e financeira”, argumentou Lipe.

 


Veja a nota na íntegra com as explicações do prefeito afastado:

Nota
Em resposta à imprensa tocantinense, sobre o afastamento, por seis meses, da prefeitura municipal de Riachinho, pelo crime de improbidade administrativa, devido à participação em supostas irregularidades com empréstimos consignados no Banco Matone S/A, onde teve seus bens bloqueados pela Justiça, o prefeito Eurípedes Lourenço de Melo (PR), conhecido como Lipe, declarou que foi vítima de Estelionato (fraude). A determinação foi do Ministério Público Estadual (MPE). Riachinho fica na região do Bico do Papagaio, extremo norte do Tocantins, a 8km de Ananás.

De acordo com o Prefeito, desde 2007, no auge das financeiras, ele era procurado por pessoas que se diziam representantes de um Banco. As mesmas ofereciam créditos consignados a juros inferiores aos dos Bancos oficiais. Lipe disse que foi procurado pelo agente do Banco Matone – a sede do referido Banco fica em Porto Alegre, mas na época, foi montada uma agência no Tocantins. O representante falou das condições que o Banco oferecia para a realização de empréstimos consignados.

Chegamos a achar que poderíamos fazer um bom negócio, uma vez que a maioria dos juros tem valores exorbitantes. Desta forma aconteceu, fizemos os empréstimos consignados com alguns servidores. O trâmite funciona da seguinte forma: o servidor interessado vai ao Banco, o mesmo fornece uma carta, em branco, e o Prefeito ou o servidor responsável, assina. O próprio Banco determina o valor a ser consignado pelo servidor. Foi exatamente isso, o que nós fizemos. Só fomos perceber que tínhamos sido vítima de um estelionato, quando veio a fatura para pagar”, disse Lipe.

Conforme o Gestor, o agente do Banco fabricou novos contracheques, preencheu à caneta, a folha com os valores de salários e os juros, e o valor a ser descontado. A taxa de juros cobrada na transação foi superior a 5%, ao mês.

O Prefeito disse que ligou no Banco e falou que “não era o que tinha combinado com o agente”. Ele solicitou à Instituição o valor total da dívida, porque iria pagar de uma única vez. O atendente respondeu que não era de interesse do Banco receber antecipado. Assim a Instituição começou a enviar as faturas para a Prefeitura Municipal de Riachinho, às quais foram rejeitadas, pois não cumpriam o que foi acordado pelo Prefeito.

O Banco Matone ingressou com uma ação de cobrança, na comarca do município de Ananás, contra todos os servidores que tinham feito o empréstimo, até que em 2010, foi firmado um acordo extrajudicial mais cabível. Os servidores tiveram que vender bens pessoais e muitos deles fizeram novos empréstimos, para que a dívida fosse quitada.

A minha administração é transparente, confio na população e a mesma, confia em mim. Não somos do mal e sim, do bem. Tenho certeza de que não roubamos nada dos cofres públicos. O que está sendo roubado é a nossa vida e a nossa moral psicológica e financeira”, argumentou Lipe.


(Do Folha do Bico)