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Jogos dos Povos Indígenas são uma sala de aula para os tocantinenses

07 novembro 2011 - 09h39

Até para aqueles que não se atém muito a questões auráticas, bastava pisar nos solos da Ilha Porto Real, localizada no município de Porto Nacional, onde, neste último sábado, 05, ocorreu a abertura oficial da 11ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas, para sentir a bonita energia congregatória que comportava a atmosfera do lugar. No total, cerca de 1.400 brasileiros indígenas de 39 etnias diferentes vão se confraternizar até o próximo sábado, 12, o que é uma oportunidade ímpar para os tocantinenses, principalmente os 230 representantes índios de seis das sete etnias que vivem no Estado, de aprimorarem os conhecimentos que têm sobre diversos conceitos, como diversidade e respeito.

Presente na abertura dos Jogos junto com o governador Siqueira Campos, com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e com o diretor do Comitê Intertribal, Marcos Terena, o secretário estadual da Educação, Danilo de Melo Souza, acredita que as práticas esportivas não se limitam ao desenvolvimento do corpo, se estendendo, também, ao crescimento humano e intelectual. “Todo esporte trabalha as habilidades motoras, a educação do corpo, mas, essencialmente, também socialização, questões éticas e, inclusive, a aceitação de diferenças e condições, como a de vitória ou a de derrota. Tudo isto remete a aprendizagem, a civismo, e os Jogos Indígenas apresentam isto a todo instante, com a diversidade sendo aceita em todas as instâncias; por isto é importante que os nossos alunos venham até aqui, para conhecer o evento e com ele aprender”, afirmou Danilo de Melo, ressaltando, ainda, que a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) vai promover a ida dos estudantes das unidades estaduais de Porto Nacional ao evento durante toda a semana.

Aprimoramento cultural
Cursando o 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual da Lagoa da Confusão, o jovem da etnia Javaé Marcelo Xenia participa pela primeira vez das disputas indígenas, se dizendo feliz com a novidade. “Eu nunca tinha visto tanto índio de outros lugares juntos assim antes. Sempre que consigo procuro conversar com um ou outro daqui do Tocantins e de fora também. É legal conhecer e aprender sobre outras culturas indígenas; estou aprendendo muito sobre diferenças e como elas devem ser aceitas”, pontuou o maratonista Marcelo Javaé.

Para a já veterana nos Jogos Kussina Iaila, da etnia Karajá, que vive na Ilha do Bananal, a congregação é algo que sempre a ajudou a aprender lições de vida. “Nem sempre temos a oportunidade de conversar com os outros povos indígenas, pois não são todos que são de bater-papo. Mesmo assim, só de ouvir diferentes idiomas, de ver o artesanato diferenciado de cada tribo e de estarmos pertos um dos outros, já aprendemos muito com as culturas dos povos”, enalteceu a estudante do 7º ano da Escola Estadual Indígena Krumaré, que participa pela sétima vez do evento. (Ascom Seduc / Marcus Mesquita / Fotos: Manoel Lima)