A prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) usou as redes sociais para comentar, pela primeira vez, o vazamento de um áudio em que faz declarações polêmicas sobre um bar em Palmas. Na gravação, que vazou durante o período do carnaval, ela se refere ao público estabelecimento como "gueto dos guetos", "coisa louca" e "baixo clero". O assunto causou polêmica durante o carnaval e levou à manifestação da Aliança Nacional LGBTI e da Defensoria Pública do Tocantins.
Após o vazamento, na noite de 21 de fevereiro, a assessoria da prefeita havia informado que o "áudio que circula em redes sociais é uma clara montagem". No postagem publicada nesta segunda-feira (2) a gestora admite a autoria dos comentários, mas diz que foi gravado em 2019 e manifestou uma opinião precipitada no auge de uma crise.
A prefeita também afirmou que conseguiu recuperar toda a conversa tirada de contexto e está se precavendo para que não ocorram novos vazamentos em ato que ela chama de "criminoso e com objetivo eleitoreiro".
O esclarecimento feito pela prefeita no Twitter acabou gerando outros questionamentos dos internautas: "Então a nota da sua assessoria era mentira?", questionou um usuário da rede. "Pois é, povo não se decide se era montagem, fake news ou fora de contexto. Mentem até de baixo d'água...", disse outro.
Em um terceiro tuíte sobre o caso a prefeita pede desculpas: "Admitir um erro é tão humano qto errar #quemnunca? Me desculpo, sinceramente com os que se sentiram atingidos pelo áudio em questão. Sigo no propósito de fazer uma gestão para todos, independente das minhas crenças pessoais [...]".
A Polícia Civil informou que até o momento não houve nenhuma denúncia sobre o caso registrada nas delegacias de Palmas.
O vazamento
Um áudio da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, foi divulgado na sexta-feira de carnaval e rapidamente começou a circula em aplicativos de conversa. O assunto causou polêmica e debate nas redes sociais.
A mensagem estava relacionada a uma festa de Carnaval privada, promovida pelo bar mencionado e que acabou sendo interrompida por falta de um alvará da prefeitura.
Cinthia Ribeiro: "E agora eles estão questionando esse fechamento lá do tal do Mujica, é um bar que é só LGBT, mas aqueles guetos dos guetos. Não é uma coisa sociável não, é baixo clero mesmo, uma coisa louca."
Entenda
A polêmica entre a Prefeitura de Palmas e o bar começou ainda em 2018. Na época, o município não autorizou que o estabelecimento realizasse uma festa de Carnaval na rua. Isso porque a quadra, onde ele está localizado, tem muitas residências e poderia configurar perturbação de sossego.
Mesmo assim, foliões se organizaram pelas redes sociais e foram para a frente do bar. A festa terminou em confusão com a Polícia Militar. Pessoas foram atingidas com balas de borracha e os militares também jogaram spray de pimenta para dispersar a multidão.
No ano passado, após mobilização nas redes sociais, a prefeitura acabou autorizando a realização do evento. Neste ano, o organizador reservou um espaço privado para fazer a festa, às margens da avenida Teotônio Segurado, mas a festa acabou sendo cancelada por falta de alvará.