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Moradores de Rua

Secretário aponta dificuldades e soluções na questão dos mendigos

17 janeiro 2011 - 14h15

Na manhã desta segunda-feira, 17, em entrevista exclusiva ao Portal O Norte, o secretário de Desenvolvimento Social e Habitação de Araguaína, Jota Patrocínio, falou sobre as medidas que estão sendo tomadas para solucionar o caso dos moradores de rua na cidade e expôs quais as principais dificuldades relativas ao assunto, afirmando ainda a existência de um processo de elaboração de projetos emergentes voltados para resolver o problema.

Na última sexta-feira, 14, o Portal O Norte, publicou uma matéria que tratava do aumento de moradores de rua na cidade e que tal situação preocupava a população araguainense, que cobra medidas emergenciais do poder público.

Mapeamento de moradores de rua
O secretário, Jota Patrocínio, afirmou que muitas ações têm sido realizadas pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação. Uma medida importante exemplificada por ele foi a de fazer o mapeamento dos moradores de rua existentes na cidade: “O problema é público e notório, por isso, temos uma equipe de rua, formada por profissionais da área de Assistência Social e psicólogos para ir de encontro a essas pessoas de maneira permanente. Ano passado, fizemos um mapeamento e identificamos oito casos bem complicados, casos estes de mendigos que não aceitam ajuda alguma do município, dentre eles, pessoas envolvidas com o alcoolismo e uso de drogas que além de morarem nas ruas, querem continuar vivendo de esmolas. Muitas vezes eles tratam nossa equipe com agressividade e não podemos tirá-los da rua à força, tem a questão dos Direitos Humanos, portanto, o problema não é tão fácil de ser resolvido como a maioria da população pensa” diz o secretário.

Por outro lado, Jota Patrocínio explica que o trabalho da Secretaria tem dado certo em muitos casos: “Ano passado nossa equipe ajudou a fazer retornar às suas famílias, cerca de cinqüenta moradores de rua. Portanto, temos combatido o problema como podemos. Se tivéssemos sendo omissos, Araguaína inteira estava tomada por eles” observa.


Projeto “Casa Abrigo”

No decorrer da produção da matéria relacionada aos moradores de rua, nossa equipe de reportagem constatou que a maioria dessas pessoas que permanecem desabrigadas, vem de outras cidades até mesmo de estados vizinhos como Pará e Maranhão e algumas, vem pra fazer tratamentos de saúde no Hospital Regional de Araguaína, que é o maior centro de referência hospitalar da região Norte do Estado e por não terem familiares na cidade e sem condição financeira para se alojarem, essas pessoas permanecem em lugares públicos como a Praça das Nações.

Quanto a esse fato, Jota Patrocínio declara que a Secretaria tem em vista um projeto para a criação de uma casa de apoio para receber essas pessoas. “Estamos elaborando um projeto para a criação de uma “Casa Abrigo” para que essas pessoas possam ser recebidas no período em que estiverem na cidade e até mesmo para que moradores de rua possam comer e tomar banho e inclusive esse lugar será utilizado para a própria equipe poder fazer um trabalho mais específico de assistência a eles”.

Jota Patrocínio ainda explica que como a criação desta entidade é onerosa, precisa do apoio do Governo do Estado para sua efetivação: “A nível de gestão, relacionada à questão financeira, a nossa é limitada, então, buscaremos parceria com o Estado, que tem poder pleno e obrigação de contribuir com projetos como estes”, diz.

Prazos
Questionado sobre o tempo de efetivação do projeto, o secretário explica que até meados de fevereiro, pretende apresentá-lo para o governador Siqueira Campos (PMDB) e enfim avançar ainda neste primeiro semestre para que ele seja realizado o mais rápido possível.


Comissão de Assistência

Outra ação esplanada por Jota Patrocínio durante a entrevista trata-se de uma comissão que reunirá quinze (15) entidades do município. Segundo o secretário, a comissão deverá ter seu primeiro encontro na próxima semana. Entre as entidades presentes na iniciativa, estão a Secretaria de Saúde do Município, Ministério Público Estadual (MPE), Polícia Militar, Corpo de bombeiros e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Juntas, elas discutirão soluções paliativas relacionadas aos moradores de rua e ao uso e venda de drogas na cidade.

Segundo o secretário, a idéia é dividir responsabilidades, intensificando o trabalho de forma qualitativa. “É muito fácil jogar a culpa em uma única entidade e não é isso que queremos, precisamos de colaboração e criamos essa comissão justamente porque sabemos que o esforço coletivo pode fazer a diferença”, finaliza.