Uma mãe passou por momentos de aflição na última quinta-feira (30), em Araguaína, norte do Estado, quando um de seus filhos de apenas 3 anos de idade foi vítima de afogamento na piscina da própria casa. Mas graças a um Policial Militar do Comando de Operações Especiais (COE), por pouco a história não vira uma tragédia.
O episódio aconteceu por volta das 14h00 em uma residência localizada no setor Jardim Paulista, quando Andréia Cristina Garcia Cabús, estava sozinha em casa com os dois filhos de 9 e 3 anos de idade. Ela relata que o marido, Euler Cabús estava trabalhando no centro da cidade e como de costume os filhos foram brincar na piscina enquanto ela estava preparando o almoço.
Num certo momento, o filho mais velho que sempre cuidava do irmão, avisou para a mãe que precisava ir ao banheiro e voltou de novo para a piscina, ele voltou a avisar para mãe que precisava ir urgente ao banheiro e tinha que se afastar do pequeno, a mãe então permitiu que ele fosse.
Andreia lembra que demorou um pouco pra ir até à piscina, confiada no costume de seu filho mais novo sempre ficar no seu cantinho na parte mais rasa. Mas quando ela chegou à piscina, se deparou com uma imagem aterrorizante: a criança estava no fundo da piscina, completamente imóvel.
Andreia pulou rapidamente na água e resgatou o filho: "Ele já estava roxo, inconsciente, foi desesperador, eu não conseguia pensar direito e comecei a gritar por socorro", lembra a mãe que em meio ao choro e gritos de socorro iniciou uma massagem cardíaca no filho.
O desespero da mãe chamou a atenção dos vizinhos, entre eles. o Sargento Alberto Gomes de Araújo, que mora em frente à casa e estava à serviço em carácter de sobreaviso . "Ouvi os gritos e saí com cautela para a rua para ver o que estava acontecendo", lembra o policial dizendo que a princípio achou que se tratava de um assalto e armado com um revólver foi até o portão da vizinha. "Tentei derrubar o portão com chutes mas ele é de ferro e tem mecanismo de abertura reforçado então não consegui!", disse o PM.
Enquanto isso, do ladro de dentro da casa, Andreia tentava passar instruções ao seu filho mais velho para pegar o interfone para abrir o portão, uma vez que ela não queria se afastar do filho mais novo que estava desmaiado: "Mas meu filho estava tão desesperado quanto eu e não entendia direito o que precisava ser feito", conta emocionada a mãe afirmando que logo em seguida, finalmente o menino conseguiu destravar o portão. Deste momento em diante, o Sargento Araújo assumiu a situação passando a fazer as manobras técnicas de primeiros socorros na criança. Um sobrinho de Andreia Cristina que é médico-veterinário também chegou ao local e deu suporte, auxiliando o salvamento e a criança voltou a respirar.
O Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) foi acionado e segundo Andreia Cristina, quando os profissionais chegaram, a criança já estava consciente e chorando muito.“A precisão do meu vizinho policial, foi tão essencial, que ele conseguiu tirar toda a água e comida de dentro do meu filho”, afirma .
Quando a equipe de emergência chegou, a criança já estava consciente e chorava muito. Os profissionais deram continuidade aos procedimentos de socorro e depois de estabilizada, ela foi levada para o Hospital Regional de Araguaína (HRA), onde foram realizados diversos exames e todos deram normais, sem nenhuma alteração, sequelas ou danos à saúde do pequeno.
Depois do susto, Andreia não cansava de agradecer o Sargento que salvou a vida de seu filho: “Tudo isso, toda essa graça divina eu devo a Deus que enviou meu vizinho para salvar a vida do meu filho”, disse ainda chorando.
O médico Dr. Flávio Victor F. Salvador de Oliveira, que atua como chefe da equipe USA - Unidade de Salvamento Avançado do SAMU e atendeu a ocorrência, parabenizou o militar e reafirmou que a rápida ação do policial foi fundamental e salvou a vida da criança. "Ele começou a RCP – Respiração Cardiopulmonar rapidamente e não desistiu até que a criança voltasse e o socorro especializado chegasse, tanto que ao chegar ao hospital a criança estava com todos os sinais vitais preservados", observa o especialista.
(Foto: Divulgação)
Imagens registraram o incidente
De acordo com a Polícia Militar, imagens das câmeras de monitoramento da residência, mostram que no curto espaço de tempo em que a criança ficou sozinha, ela apanhou uma prancha de bodyboard que estava sobre umas cadeiras encostadas no muro e foi tentar flutuar sobre a mesma na parte rasa da piscina. Em sua primeira tentativa, ela escorrega da prancha e cai ainda na parte rasa. Em uma segunda tentativa, a criança consegue se apoiar em cima da prancha, mas a mesma vai lentamente se movimentando para a parte mais funda da piscina que mede aproximadamente 1.40 m de profundidade, momento em que ela novamente escorrega de cima da prancha, não consegue mais alcançar a parte rasa e começa a se afogar.
Ainda de acordo com as imagens das câmeras, a criança levou cerca de 1’16” se debatendo, tentando uma espécie de flutuação até que submerge para o fundo da piscina onde permaneceu inconsciente por aproximadamente 3 minutos até a chegada de sua mãe.
Felizmente a história da família terminou bem, mas serve como alerta para pais de crianças pequenas que precisam de cuidado redobrado.