A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União – CGU, deflagrou nesta quarta-feira (7) a Operação “Bálsamo de Gileade”, com o objetivo de apurar um esquema de corrupção realizado por servidores públicos e desvio de recursos na aquisição de medicamentos em municípios da região norte do Estado do Tocantins.
Cerca de 144 Policiais Federais cumprem 36 mandados de busca e apreensão, 01 de prisão preventiva, 15 de prisão temporária além de sequestro de bens em valores na ordem de
12 milhões de reais, todos expedidos pela Vara Criminal de Augustinópolis, nos municípios de Araguaína, Aguiarnópolis, Sítio Novo do Tocantins, Ananás, Augustinópolis, Buriti do Tocantins, Luzinópolis, Praia Norte, Palmeiras do Tocantins, Riachinho, São Sebastião do Tocantins, Maurilândia do Tocantins e Imperatriz no Maranhão.
A investigação, iniciada em 2019, revelou a existência de um possível esquema de desvios de recursos públicos através de aquisição fraudulenta de medicamentos, a partir de fraudes em procedimentos licitatórios e emissão de Notas Fiscais canceladas posteriormente, cerca de 47%.
Além disso, foi constatada no decorrer das investigações, a existência de diversas transferências bancárias por parte dos responsáveis pela empresa investigada a Servidores Públicos municipais, responsáveis pelas licitações e outros vinculados à área da Saúde, como Secretários de Saúde e Gestores do Fundo Municipal de Saúde, englobando cerca de nove
municípios investigados, na região do Bico do Papagaio.
Os investigados poderão responder, nas medidas de suas responsabilidades, pelos crimes de peculato, fraude em licitações e participação em organização criminosa.
O nome da Operação “Bálsamo de Gileade” faz alusão a uma substância natural de origem vegetal usada para fins medicinais, muito conhecido nos tempos bíblicos. Era comum
o bálsamo servir como um presente ou agrado a alguém (cf. Gênesis 43:11).
A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os
envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.