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EM CARTA ABERTA

Médicos denunciam diretoria do HRA, alegam autoritarismo e pedem substituição de diretores

26 março 2024 - 13h31Por Da Redação

O Hospital Regional de Araguaína (HRA) está passando por mais uma crise de gestão administrativa que mobilizou profissionais de medicina a assinarem um pedido público de retirada da atual direção. 

Em carta aberta à imprensa, lideranças políticas e população em geral, médicos que atuam no maior hospital público do Norte do Estado assinaram um pedido de substituição da diretoria Geral e Técnica da unidade, alegando ingerência e autoritarismo por parte dos gestores. 

"...Nos últimos meses observamos que a Direção Geral e Técnica do HRA tem criado conflitos com o corpo clínico dificultando diálogos sendo por muitas vezes ríspida e autoritária...", diz um trecho do documento que foi assinado há exatamente um mês e o Portal O Norte teve acesso nessa semana. 

Sem elencar muitos detalhes da situação enfrentada, os profissionais destacam que além das dificuldades crônicas para atender a demanda de pacientes a falta de uma gestão eficiente e respeitosa têm trazido prejuízos a diversos setores e serviços do hospital. 

DENÚNCIA DE ASSÉDIO 

Essa não é a primeira crise de gestão enfrentada na unidade nos últimos meses. Em outubro do ano passado, o Portal O Norte trouxe à tona o caso de uma servidora pública que denunciou ter sido vítima de assédio sexual por um colega de trabalho no HRA. A vítima contou à nossa reportagem que o caso chegou ao conhecimento da Diretoria Geral do hospital, Recursos Humanos e ouvidoria da Secretaria de Estado da Saúde (SES), mas a situação não foi resolvida e os assédios continuaram acontecendo. Diante da situação, a jovem resolveu expor o caso à imprensa e registrou um Boletim de Ocorrência.

Tanto a servidora quanto o colega de trabalho atuavam na diretoria do hospital e foram reconduzidos para outros setores e a apuração do caso ainda segue inconclusa. 

DIRETORIA IRREGULAR

O caso acabou colocando uma lupa na crise de gestão que a unidade enfrentava no momento por conta da situação irregular da diretoria questionada pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO), que dias antes havia expedido uma recomendação para que o secretário de Estado da Saúde realizasse as nomeações relativas aos cargos de diretor-geral titular, de diretor técnico e de diretor administrativo para a unidade, já que conforme apurado pela promotoria, a unidade hospitalar estava sendo gerida por diretor-geral interino há sete meses, visto que o cargo de interino deve ser provisório entre outras questões, incluindo a falta de qualificação da diretora técnica. 

EXONERAÇÃO

Uma semana após a repercussão sobre a situação delicada em que estava a gestão do hospital, o Diretor Geral da Unidade e a Diretora Administrativa foram exonerados dos seus respectivos cargos. O documento também trouxe a nomeação de novos servidores que ocuparam o lugar deles: A nova Diretora Geral nomeada na época foi Cristiane Costa Uchôa. Já para o cargo de Diretora Administrativa, o nome escolhido foi o de Sitiane Santos Carvalho. 

SUBSTITUIÇÃO IMEDIATA

A carta aberta assinada por vários médicos no mês passado finaliza pedindo a substituição imediata da atual gestão:

"Sabemos que se faz necessário termos uma gerência com lideranca e imparcialidade que possa adminsitrar com parcimonia e respeito aos que aqui trabalham", descreve o documento onde os médicos cobram a substituição imediata da direção "para o bom andamento do serviço e bem estar do trabalhador e do paciente". 

O Portal O Norte procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para esclarecimetos sobre a questão e aguarda posicionamento.

O QUE DIZ A SES

O Portal O Norte procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) para esclarecimetos. Confira abaixo a nota na íntegra. 


A Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que não recebeu oficialmente, manifestações contrárias à atuação da servidora Cristiane Costa Uchôa, à frente da diretoria geral do Hospital Regional de Araguaína (HRA).


A Pasta destaca que os cargos de direção das unidades hospitalares são de livre nomeação da gestão e no caso da servidora citada, ocorreu baseado em sua qualidade técnica, com formação e especialização em gestão hospitalar e mestrado em gestão trabalho e educação na saúde, bem como em seu histórico profissional, o qual consta uma vasta experiência como servidora pública concursada desde 2005 e nas atuações à frente de unidades hospitalares como Hospital Regional de Gurupi e Hospital Regional de Augustinópolis.


A SES-TO pontua que não comunga com quaisquer atitudes que diferem do respeito nas relações de trabalho e atendimento humanizado aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e toda pessoa pode manifestar-se por meio da Ouvidoria do SUS, um canal seguro, para relatos de queixas e elogios a respeito dos serviços e acolhimentos recebidos nas unidades sob sua gestão. Os contatos são: (63) 3218-2025 ou o 0800 64 27200. As denúncias podem ser feitas de forma sigilosa e para todas elas, são abertos processos investigativos e tomadas as medidas legais cabíveis.


Palmas, 26 de março de 2024
Secretaria de Estado da Saúde